Laudo técnico identifica nove pontos de lançamento irregular de esgoto em rios em Pouso Alegre, MG

A situação mais alarmante ocorre no Rio Mandu e no Rio Sapucaí-Mirim, importantes cursos d'água do município. Laudo identifica nove pontos com problema de ...

Laudo técnico identifica nove pontos de lançamento irregular de esgoto em rios em Pouso Alegre, MG
Laudo técnico identifica nove pontos de lançamento irregular de esgoto em rios em Pouso Alegre, MG (Foto: Reprodução)

A situação mais alarmante ocorre no Rio Mandu e no Rio Sapucaí-Mirim, importantes cursos d'água do município. Laudo identifica nove pontos com problema de descarte irregular de esgoto em Pouso Alegre O descarte irregular de esgoto em Pouso Alegre (MG) tem gerado preocupação entre moradores e autoridades ambientais. Um laudo técnico solicitado pela Justiça e realizado pela própria prefeitura identificou nove pontos na cidade onde há lançamento inadequado de efluentes nos rios. A situação mais alarmante ocorre no Rio Mandu e no Rio Sapucaí-Mirim, importantes cursos d'água do município. 📲 Participe do canal do g1 Sul de Minas no WhatsApp As imagens da água escura saindo de tubulações diretamente nos rios impressionam. No centro da cidade, a cena é recorrente. O caseiro Altieres Domingues Carneiro, que costuma caminhar pela região, relata o incômodo: “É um local que todo dia as pessoas caminham e comentam um com o outro, né, o porquê desse mau cheiro. A gente chega mais próximo e vê o esgoto a céu aberto, prejudicando o meio ambiente e a população.” Outro ponto crítico foi identificado no bairro Faisqueira, onde o despejo acontece no Rio Sapucaí-Mirim. O ambientalista e presidente do Instituto Fernando Bonillo, Diego Toledo Fernandes, confirmou a presença de esgoto no local. Laudo técnico identifica nove pontos de lançamento irregular de esgoto em rios em Pouso Alegre Reprodução EPTV “Viemos averiguar e tem todas as características: matéria orgânica, odor, coloração. Estamos reunindo especialistas para identificar a origem e entender se é um descarte permitido ou negligência”, afirmou. Segundo o advogado do Instituto, Fábio Nossack, a responsabilidade é da Copasa, concessionária responsável pelo saneamento básico na cidade. “Como estão sendo feitas as análises dos efluentes? Por laboratórios externos e acreditados? Como estão sendo aplicados os recursos públicos? A população tem o direito de saber”, questionou. A Prefeitura de Pouso Alegre confirmou que tem conhecimento do problema e, por isso, entrou com uma ação civil pública contra a Copasa. Embora o processo ainda esteja em tramitação, o juiz responsável determinou a elaboração de um laudo técnico. O documento, com mais de 80 páginas, identificou nove locais com descarte irregular e apontou a presença de substâncias como fósforo e nitrogênio em níveis elevados na água — indicativos claros de poluição. Laudo técnico identifica nove pontos de lançamento irregular de esgoto em rios em Pouso Alegre Reprodução EPTV A engenheira ambiental Marielle Rezende de Andrade alerta para os impactos desse tipo de contaminação. “O fósforo e o nitrogênio são substâncias presentes no esgoto doméstico. Quando despejados sem tratamento, consomem o oxigênio do rio, causam mortandade de peixes e pioram a qualidade de vida. A convivência com esse tipo de poluição traz riscos à saúde, mau cheiro e aumento de doenças”, explicou. A engenheira também ressalta que os nove pontos identificados no laudo representam apenas parte do problema. “Há lançamentos indevidos em redes de drenagem, e o rastreamento dessas fontes é difícil e caro. Se grandes obras, como a via do Faisqueira, não forem bem planejadas, os impactos são inevitáveis”, destacou. A Copasa, por meio de nota, informou que está investindo mais de R$ 16 milhões em obras para ampliar e melhorar o sistema de esgoto na cidade. A companhia afirmou ainda que está implantando novas medidas para reforçar a coleta e o transporte de efluentes até a estação de tratamento. Sobre o laudo judicial, disse estar ciente, mas preferiu não comentar processos em andamento. A reportagem também entrou em contato com o Ministério Público, mas não obteve retorno até esta publicação. Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas

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