Conhecida como 'cidade das cachoeiras', Brotas já foi deserto de dunas
Série de reportagens percorre trilhas na área de cobertura da emissora e traz curiosidades sobre os percursos. g1 terá conteúdo exclusivo sobre cada trecho....
Série de reportagens percorre trilhas na área de cobertura da emissora e traz curiosidades sobre os percursos. g1 terá conteúdo exclusivo sobre cada trecho. Cachoeira em Brotas (SP) Pedro Santana/EPTV Na primeira reportagem do quadro “EPTV nas Férias: Trilhas”, exibida no EPTV 1 desta terça-feira (21), a equipe percorreu as trilhas de Brotas (SP), que abriga a cachoeira eleita a mais bonita do estado de São Paulo. Mas você sabia que a “capital dos esportes radicais” já foi um deserto de dunas? 📲 Participe do canal do g1 São Carlos e Araraquara no WhatsApp Até sábado (25), a EPTV desbrava trilhas com paisagens exuberantes e revela histórias inspiradoras no interior paulista e Sul de Minas Gerais. Há opções de todos os níveis, que incluem expedições com água, imersão histórica e experiências radicais. Famosa justamente pela abundância de água que permite a prática de esportes como rafting e boia cross, Brotas era bem diferente no Período Jurássico – também conhecido como Era dos Dinossauros –, conforme explica o geólogo Fábio Reis. 'EPTV nas Férias': conheça trilhas e percursos mais procurados em Brotas DICAS: tudo o que você precisa saber antes de visitar as cachoeiras de Brotas “Em vários pontos da cidade, principalmente perto de cachoeiras e paredões rochosos, dá para ver linhas nas paredes. Essas linhas representam as antigas dunas do deserto que pertencia à Formação Botucatu, uma formação geológica do fim do Período Jurássico”, conta. 🏜️ Traduzindo… Brotas fazia parte de um deserto gigante de dunas que ganhou o nome de Formação Botucatu e as tais “linhas” que resistem nas paredes são nada mais que a areia do deserto compactada. “Novas camadas de areia eram trazidas pelo vento e cobriam as camadas inferiores. Conforme a areia endurecia, as rochas, que conhecemos como arenito, se formavam”, completa. Vale lembrar que esses minerais pertencem à natureza e nela devem permanecer. Um bom trilheiro é aquele que aprecia as belezas do caminho sem manipular o espaço. Cachoeira em Brotas (SP) Pedro Santana/EPTV Brilhantes escondidos? 💎 Em várias trilhas, reparando bem nas pedras pelo chão, a equipe de reportagem observou brilhos (por vezes discretos e, em outros momentos, intensos – principalmente nos momentos de sol forte). É preciso um olhar atento para identificá-los, mas isso é esperado de todo bom trilheiro: ser observador, por segurança e também para admirar as belezas do caminho. Segundo Reis, a cidade pertence à bacia sedimentar do Paraná, onde predominam as rochas sedimentares, como os arenitos, além de rochas magmáticas. “Mais próximo do topo da serra temos a formação Serra Geral, com rochas magmáticas que surgiram durante a abertura do Oceano Atlântico: depois de uma grande erupção de magma, a lava cobriu esse deserto e formou uma camada rochosa que chamamos de basalto”, afirma. Ainda de acordo com o geólogo, o topo da serra tem ainda outra formação rochosa chamada arenito Itaqueri, também considerada sedimentar, e vem dela a formação dos minerais, entre eles, o quartzo – o mais comum na região. “Como a cidade tem muitas rochas sedimentares que passaram por processos rápidos de cristalização, não tem tantos cristais elaborados. Basicamente encontramos quartzos menores”, completa. O que vem por aí Na reportagem que vai ao ar nesta quarta-feira (22), a equipe também encontrou cristais pelas trilhas feitas em Andradas (MG) e descobriu uma lenda bem curiosa relacionada ao brilho da pedra. VÍDEOS: tudo sobre São Carlos e região Veja mais notícias da região no g1 São Carlos e Araraquara